Calafrio - Cap. 7: Capítulo 7 Pág. 48 / 164

Aquelas palavras, agindo em conjunto com a memória do seu rosto — ele rosto!—quase me deixaram doente.

— Demasiado liberal com o meu rapazinho?

— Demasiado liberal com toda a gente.

Consegui impedir-me de comentar que semelhante descrição se aplicava a vários dos indivíduos que ali habitavam, entre eles cerca de meia dúzia de criadas e de homens que continuavam a pertencer à nossa pequena colónia. Contudo, não deixava de ser reconfortante saber que tal não trouxera de forma alguma qualquer tipo de má fama àquela velha e simpático propriedade. A verdade é que Bly possuía uma reputação exemplar. Quanta a Mrs. Grose, era óbvio ser o seu maior desejo manter-se junto a mim e permanecer calada. No entanto, isto não me impediu de a testar, logo a ela, a mais insuspeita de todas as criaturas. Tal aconteceu quando, por volta da meia-noite, a mulher colocou a mão na maçaneta da porta, preparando-se deste modo para partir.

— Posso então concluir, e olhe que este ponto é bastante importante. que ele era deparada e assumidamente mau?

— Oh, assumidamente não! Eu sabia que ele era assim, mas o patrão não fazia a mais pequena ideia.

— E nunca lhe disse nada?

— Bom, ele não era o género de pessoa que gostasse de mexericos. Detestava queixas. Ficava furioso quando alguém tentava dizer-lhe fosse o que fosse, e desde que não visse nada de mal na pessoa em causa...





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