Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: IX - DESDITAS DA POLÍCIA

Página 91
Se não fossem os soluços convulsivos de Gothard, ouvir-se-ia o zumbido de uma mosca.

Quando a mãe, assustada e pálida, abriu a porta e se mostrou, quase arrastada pela Menina Goujet, de olhos vermelhos de chorar, todos os rostos se voltaram para as duas mulheres. Enquanto os habitantes do castelo tremiam de medo, esperavam os dois agentes ver entrar Laurence. O movimento espontâneo dos criados e dos amos parecia provocado por um desses mecanismos que fazem com que um grupo de figuras de madeira realize um gesto só e único num abrir e fechar de olhos.

A Senhora de Hauteserre deu três grandes passos precipitados em direcção a Corentin e disse numa voz entrecortada, mas violenta:

- Por piedade, diga-me, cavalheiro, de que são acusados os meus filhos? Acha que e1esestiveram aqui?

O cura, que parecia ter dito com os seus botões, ao ver a velha: «Ela vai dizer qualquer tolice!», baixou os olhos:

- Os meus deveres e a missão que estou encarregado de cumprir proíbem-me de responder - tornou-lhe Corentin com uma expressão ao mesmo tempo graciosa e zombeteira.

Esta resposta, que a detestável cortesia daquele pisa-flores tornava ainda mais implacável, petrificou a velha senhora, que se deixou cair numa poltrona, junto do abade Boujet, de mãos erguidas como quem implora a Deus.

- Onde é que e que apanhou esse choramingas?- perguntou Corentin ao brigadeiro, apontando para o pequeno escudeiro de Laurence.

- No caminho da quinta, ao longo dos muros do parque; o pateta ia safar-se pela mata dos Cioseaux.

- E a rapariga?

- Esta? Foi Olivier quem a pescou.

- Para onde ia ela?

- Para Gondreville.

- Iam de costas um para o outro? - interrogou Corentin.

- Sim, senhor - respondeu o gendarme.

- Não são o criadito e a criada de quarto da cidadã de Cinq-Cygne? - inquiriu Corentin do maire.

<< Página Anterior

pág. 91 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 91

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236