- São - tornou-lhe Goulard.
Depois de trocar duas palavras em segredo com Corentin, Peyrade saiu da sala, levando consigo o brigadeiro.
Neste momento entrava o brigadeiro de Arcis, que veio direito. a Corentin e lhe disse, em voz baixa:
- Eu conheço bem a casa; espiolhei tudo, até as dependências dos criados; a menos que os rapazes estejam enterrados, não há ninguém no castelo. Mandei sondar os soalhos e as paredes com as coronhas das espingardas.
Peyrade, que de novo entrara no salão, fez sinal a Corentin para que este o acompanhasse, e levou-o a ver a brecha do fosso, apontando para o caminho aberto que lhe correspondia.
- Já percebemos a manobra - disse Peyrade.
- E eu vou explicar-lha - replicou Corentin.- O patife do garoto e a rapariga trocaram as voltas aos imbecis dos gendarmes para deixarem fugir a caça.
- Só saberemos a verdade quando nascer o dia - voltou Peyrade. - O caminho está húmido; mandei-o guardar, na parte alta e na baixa, por dois gendarmes; quando pudermos -ver as coisas à luz do dia, verificaremos, pelas pegadas, quem é que por ali passou.
- Aqui tem a marca de uma pata de cavalo - disse Corentin -; vamos à cavalariça.
- Quantos cavalos há no castelo? - perguntou Peyráde ao Senhor de Hauteserre e a Goulard, ao voltar para o salão com Corentin.
- Então, senhor maire, o senhor deve sabê-lo, responda! - gritou-lhe Corentin, vendo que o funcionário hesitava em responder.
- Há a égua da condessa, o cavalo de Gothard e o do Senhor de Hauteserre.
- Só vimos um na cavalariça - observou Peyrade.
- A menina anda a passear - disse Durieu.
- A sua pupila costuma passear a estas horas da noite? - inquiriu o libertino Peyrade, virando-se para o Senhor de Hauteserre.