Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 42: Capítulo 42 Pág. 231 / 258

- Ned Land pode pensar, pode tentar tudo o que quiser. Que me importa! Não fui eu que o procurei. Não é por meu prazer que o tenho a bordo. Quanto ao senhor, é daqueles que conseguem compreender tudo, até o silêncio. Mais nada tenho a dizer, professor. Que a primeira vez que veio me falar desse assunto seja também a última, porque da próxima nem sequer o escutarei.

Retirei-me. A partir daquele dia a nossa situação tornou-se pior. Contei aos meus companheiros toda a conversa que tivera com o capitão.

- Sabemos agora - disse Ned Land - que nada temos a esperar desse homem. O “Nautilus” aproxima-se de Long Island. Fugiremos, faça o tempo que fizer.

O céu tornava-se cada vez mais ameaçador, manifestando sinais de tempestade. A atmosfera tornava-se esbranquiçada e leitosa. Aos cirros de feixes soltos sucediam-se no horizonte camadas de nimbos e cúmulos. Outras nuvens baixas desapareciam rapidamente. O mar engrossava e a ondulação aumentava. As aves desapareciam, com exceção dos sataniclos, amigos das tempestades. O barômetro baixava sensivelmente e indicava a existência no ar de grande tensão de vapores. A mistura do “stormglass” decompunha-se sob a influência da eletricidade que saturava a atmosfera. A luta entre os elementos estava próxima.





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