Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 12: Capítulo 12 Pág. 43 / 258

- Sim, professor - confirmou ele, emocionado. - Amo-o como se fosse carne da minha carne! Se tudo é perigo a bordo de qualquer navio sujeito aos caprichos do oceano, se sobre o mar a primeira coisa que nos vem é a sensação do abismo, como tão bem disse o holandês Jansen, por baixo e a bordo do “Nautilus”, o coração do homem fiada tem a recear. Não há que temer um rombo, porque o duplo casco deste navio tem a rigidez do ferro; não há o perigo do carvão se esgotar, porque a eletricidade é o seu agente mecânico; não receia tempestades, porque a alguns metros de profundidade reina a mais absoluta tranquilidade. Aqui tem, professor, o navio por excelência.

O Capitão Nemo falava com irresistível eloquência. O fogo do seu olhar e a paixão dos seus gestos transfiguravam-no. Sim, ele gostava do navio como um pai gosta do filho.

Nesse momento, acudiu-me uma pergunta, talvez indiscreta, que não pude deixar de fazer.

- É engenheiro, Capitão Nemo?

- Sim, professor. Estudei em Londres, Paris e Nova Iorque no tempo em que era habitante dos continentes da terra.





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