Saiu e eu o segui através dos corredores. Chegamos ao centro do navio onde havia uma espécie de poço, que se abria entre dois tabiques estanques. Uma escada de ferro presa na parede conduzia à sua extremidade superior. Perguntei ao capitão para que servia aquela escada.
- Vai dar ao bote - informou-me.
- Como? Tem um bote? - indaguei, surpreso.
- Sem dúvida. Uma excelente embarcação ligeira, insubmersível, que serve para passear e pescar.
Passamos à casa das máquinas. Profusamente iluminada, devia medir pelo menos vinte metros de comprimento, e estava dividida em duas partes: a primeira encerrava os elementos que produziam a eletricidade e a segunda os mecanismos que transmitiam o movimento à hélice.
Como eu já esperava, demoramo-nos muito pouco ali.
Sempre conversando, eu me lembrei de um assunto que gostaria de ver esclarecido.
- A propósito, capitão, o choque do “Nautilus” com o “Escócia” teve muita repercussão. Foi um encontro ocasional?
- Puramente ocasional, professor. Eu navegava a dois metros abaixo do nível do mar quando se produziu o choque. Aliás, eu pude verificar que esse navio não sofreu danos graves.
- De fato, não. Mas quanto ao choque com a “Abraham Lincoln”?
- A fragata estava a atacar-me, professor. Tive de me defender. No entanto, limitei-me a deixá-la em condições de não continuar o ataque.
Não terá problema em reparar as suas avarias em qualquer porto.
- Ah! - exclamei com convicção - o seu “Nautilus” é realmente um barco maravilhoso.