- Não há de cair, enquanto eu for viva! Teu pai não te quer casar? Eu te casarei! Escolhe. Tens cinco pretendentes. Um da casa de Paço-vedro; outro da Passagem; outro de Aborim; outro de Aguião; outro de Azevedo; outro de... quem é o outro?
- Não sei, minha tia; nem quero saber, porque não caso com nenhum.
- Não casas com nenhum?! - assobiou a velha erguendo-se duas polegadas de salto acima do capacho.
- Não, minha senhora.
- Não?!... Vou escrever a teu pai! Ele te obrigará!
- Meu pai não quer que eu case com algum desses que a tia nomeou.
- Não? Mas eu vou dizer-lhe que há um pretendente mais moderno: o Francisco do sacristão. Pode ser que ele queira este. O negócio vai arranjar-se. Queres que lhe de parte do novo arranjo? Responde: isto é pedir de boca. Teu pai deve querer que o décimo nono senhor do Paço de Gondar seja neto do sacristão da Senhora da Agonia. Tem vergonha! Tem vergonha! - rebramiu a velha, erguendo-se de ímpeto, e bradando a Vitorina que lhe trouxesse mais chá de cidreira.