Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 20: CAPÍTULO VIII

Página 120
Não se via quase a terra: íamos no mar alto, navegando com uma extraordinária velocidade sob o vento.

- Onde está Gozzo? gritei ao árabe em inglês, depois em francês, depois em italiano.

O árabe nem sequer se dignou olhar-me. Neste momento Ritmel e a condessa subiam.

- Onde está Gozzo? perguntei eu a Ritmel.

- Há talvez uma bruma, respondeu ele vagamente e voltando o rosto.

O horizonte porém estava limpo, puro, sem mistério, a perder de vista. Ao longe via-se uma sombra indefinida que denunciava a terra: e nós afastávamo-nos dela!

Corri à bussola. Navegávamos para Oeste.

- Navegamos para Oeste, Catain Ritmel! afastámo-nos de Malta! Que é isto? Para onde vamos?

Ritmel olhou longamente a condessa, depois a mim e disse:

- Vamos para Alexandria.

Num relance compreendi tudo. Ritmel fugia com a Condessa!…

Eu fitei Ritmel, e disse-lhe tremendo todo:

- Isso é uma infâmia!

Ele empalideceu terrivelmente; mas a condessa, interpondo-se, com uma voz vibrante:

- Não! sou eu! Sou eu que vou para Alexandria.

- Nesse caso sou eu o infame, prima.

Houve um silêncio. Os olhos da condessa estavam húmidos. Correu para mim, tomou-me uma das mãos, murmurou entre soluços:

- Que quer? Ninguém tem culpa. Amo este homem, fujo com ele.

Ritmel tomara-me a outra mão.

- Agora, dizia, é impossível voltar. É um passo dado, irreparável…

Eu estava sucumbido: aquela situação imprevista, deixava-me sem raciocínio, sem voz, sem vontade.

Eu, amigo do conde!… Eu, cúmplice daquela fuga! Além disso, ali, no meio daqueles dois amantes encantadores, que me suplicavam apertando-me as mãos, eu sentia-me ridículo - e isto aumentava o meu desespero. A condessa, no entanto, continuava:

- Primo, disse ela, que importa? Estou desonrada, bem sei.

<< Página Anterior

pág. 120 (Capítulo 20)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 120

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240