Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 20: CAPÍTULO VIII

Página 121
Mas que queria? que eu ficasse ao lado do meu marido, amando este, numa mentira perpétua, vivendo alegremente instalada na infâmia? Essa situação nunca! É suja! Ao menos isto é franco. Rompo com o mundo, sou uma aventureira, fico sendo uma mulher perdida, mas conservo-me para um só e sendo pura para ele.

- Catain Ritmel, disse eu, então mande deitar uma lancha ao mar.

- Que quer fazer? gritou a condessa.

- Eu? ganhar a terra. Acha que também não é uma infâmia instalar-me neste navio?

- Está louco, disse Ritmel, há só um escaler a bordo. O vento cresce, o mar incha. O escaler não se aguentará dez minutos.

- Melhor! Um escaler ao mar! gritei eu.

- Ninguém se mecha! bradou Ritmel.

E voltando-se para a condessa:

- Mas diga-lhe que é a morte! Que cumplicidade tem ele? Foi forçado, foi levado. Não responde por nada.

- Um escaler ao mar! gritava eu.

Mas, de repente, Ritmel tomando um machado correu ao bordo donde pendia o escaler, cortou as correias de suspensão; o barco caiu na água com um ruido surdo, ficou jogando sobre as ondas meio voltado, sobrenadando como um corpo morto.

Eu bati o pé, desesperado.

- Ah que infâmia! capitão Ritmel! Que infâmia!

E por uma inspiração absurda, querendo desabafar, fazendo alguma coisa de violento, gritei para alguns marinheiros que estavam à proa:

- Há algum inglês aí que preze a sua bandeira?

Todos se voltaram admirados, mas sem compreender.

- Pois bem! gritei eu, declaro que esta bandeira cobre uma torpeza, tem a cumplicidade da desonra, e que é sobre toda a face inglesa que eu cuspo, cuspindo no pavilhão inglês.

E correndo à popa cuspi, ou fiz o gesto de cuspir sobre a larga bandeira inglesa. Um dos marujos então decerto compreendeu porque teve um movimento de ameaça.

<< Página Anterior

pág. 121 (Capítulo 20)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 121

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240