- Ninguém se mova! gritou Ritmel. Eu sou o ofendido. O meu amigo, disse ele com a voz sufocada, tem razão: desde que abandonei Malta, deixei de ser oficial inglês. Sou um aventureiro. Esta bandeira, com efeito, não tem que fazer aqui!
Adiantou-se, arreou o pavilhão de tope da popa.
E numa exaltação tão insensata como a minha, arremessou o pavilhão ao mar; as ondas envolveram-no, e por um estranho acaso, no encontro das águas, a bandeira desdobrou-se, e ficou estendida sem movimento, serena, imóvel, à superfície do mar, até que se afundou.
Ritmel, então, por um impulso romanesco e apaixonado, tomou um lenço das mãos da condessa, amarrou-o à corda da bandeira, e içando-o rapidamente, gritou:
- De ora em diante o nosso pavilhão é este!
Eu achava-me no meio de todas aquelas Cenas violentas, como entre as incoerências de um sonho.
Num movimento que fiz, senti no bolso o revólver: não sei que desvairadas ideias de honra me alucinaram, tirei-o, engatilhei-o, brandi-o, gritei:
- Boa viagem!
- Jesus! bradou a condessa.