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Capítulo 22: CAPÍTULO X

Página 126
senhor redator (tanto a natureza humana é cheia de conciliações!) ao fim de cinco dias a condessa apareceu no teatro, fresca, radiante, e ao lado da brancura dos seus ombros reluziam as dragonas de ouro de Catain Ritmel!

Entrámos então numa vida serena, sem romance e sem luta. Os corações tinham calmado, e falavam baixo. O conde passeava no campo com mademoiselle Rize; lord Grenlei fumava, cheio de tédio, o seu cachimbo de ópio; eu jogava as armas com os oficiais ingleses; D. Nicazio negociava; Ritmel tinha um ar feliz e misterioso; a condessa recebia, guiava os seus póneis, e todas as noites, no teatro, fazia reluzir ao gaz o louro esplendor dos seus cabelos e a palidez preciosa das suas perolas. Santa paz!

O tempo estava adorável. Malta resplandecia, a baía reluzia ao sol, os jardins floresciam, os olhos das maltesas suspiravam. Era o tempo das flores da laranjeira. Só Carmen emagrecia e vivia retirada.

Mr. Perni entrava em convalescença: passava o tempo deitado num sofá, de dia compondo uma ópera cómica, à noite jogando com alguns oficiais, e salpicando a gravidade britânica de calembourgs bonapartistas.

Uma ocasião, ao sair de casa dele, onde tinha perdido algumas dúzias de libras, recolhia eu a Clarence-Hotel levemente irritado, e sentindo um prazer excêntrico em cantar o fado pelas ruas de Malta, a mil léguas do Bairro Alto. O pavilhão que nós habitávamos em Clarence-Hotel dava sobre um jardim todo escuro de árvores e de moitas de flores.

Ordinariamente o conde e eu entravamos pelo jardim. Tínhamos uma pequena chave que abria a portinha verde no muro, todo coberto de musgo e de copas arbustos orientais. Nessa noite, ao abrir a porta, cantando em voz alta, senti sumir-se rapidamente na espessura das folhagens um vulto.

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pág. 126 (Capítulo 22)

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Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 126

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240