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Capítulo 22: CAPÍTULO X

Página 127
O ar estava sereno, acendi um fosforo, e àquela luz trémula, entrei na sombra, para descobrir o vulto, entre as ramagens. Mas a pessoa, vendo-se seguida, e sentindo a impossibilidade de se esquivar rapidamente, retrocedeu, com uma naturalidade visivelmente artificial, e proferiu o meu nome. Era Carmen.

- Que faz aqui? disse eu.

- Mato-me. Não lhe disse que sempre que suava de noite, me erguia e vinha apanhar o orvalho?

Mas ela estava completamente vestida de seda preta, e tinha sobre os ombros uma larga capa escura, de forma árabe, com grande capuz!

- Ah! minha cara, disse eu, mata-se mas é de amores. A esta hora, com essa toilete, neste jardim, com este aroma de laranjeiras!… Que história me vem contar de orvalhos e de suor?

- Digo-lhe a verdade. Imagina que eu não preferiria aqui nesta sombra encontrar alguém?…

- E D. Nicazio? Peça a D. Nicazio que lhe faça a corte. Que lhe dê uma serenada, que suba por uma escada de corda, que a seduza neste jardim…

Enquanto eu falava, davam horas na Igreja de S. João, e Carmen mostrava uma agitação impaciente. A todo o momento olhava para a porta do jardim, torcendo freneticamente uma luva descalçada.

Eu compreendi que ela esperava alguém. Alguém, isto é, el querido, el precioso, el saleroso, el niño de toda a legitima andaluza. Afastei-me discretamente, como um confidente, e no momento que pisava a rua areada que levava ao pavilhão, senti a porta do jardim ranger com uma ternura plangente.

- É ele, pensei eu. É o niño. Pobre Carmen! Bebe vinagre, apanha os orvalhos por causa de Ritmel, e mal chega a noite, não pode ser superior a vir receber debaixo das laranjeiras algum cabeleireiro francês com voz de tenor, ou algum tenor maltês com bigodes de cabeleireiro.

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pág. 127 (Capítulo 22)

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Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 127

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240