Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 30: CAPÍTULO III

Página 168
Se nunca precisar de mim, continuarei como até hoje sendo na sua existência um homem inteiramente desconhecido, o qual de ora avante considerará as suas relações com V. exa. exatamente no estado em que estavam antes de a ter visto pela primeira vez.

Ela respondeu-me enternecidamente:

- Bem haja por essas palavras de bondade, que são talvez as últimas benévolas que eu tenho de ouvir neste mundo. Quando souber - porque tem de se saber isto, meu Deus! - o que, desde esta horrorosa noite eu fico sendo perante a justiça e perante a sociedade, diga à sua mãe, à sua irmã, à sua amante, se tem amante, que me não odeiem elas, ao menos! que eu sou menos criminosa do que lhes hei de parecer, que lhe confessei isto, ao despedir-me de si, entre a vida e a morte. Adeus!… Não lhe dou a mão… Sou indigna da amizade das pessoas de bem. O mais que eu posso pedir, eu, é piedade… Tenha piedade de mim… Adeus!

A carruagem tinha rodado a distância de alguns passos quando parou outra vez a um gesto da condessa; ela mesma abriu a portinhola, desceu e dirigiu-se a mim. Fui ao seu encontro.

- Quero falar-lhe ainda, disse ela.

E depois de uma pequena pausa, em que parecia coordenar ideias dispersas, acrescentou:

- Foi talvez providencial o nosso encontro aqui, a esta hora, nesta rua… É talvez a única pessoa que Deus quer permitir que me proteja, que seja por mim. Tenho um parente a quem vou escrever imediatamente entregando-lhe este segredo. Receio que ele se não ache em Lisboa. Sendo assim, não sei de quem me confie. Se tiver no seu coração tanta misericórdia e tanta bondade que queira valer-me, procure-me na minha casa, amanhã, às 11 horas.

E dando-me a sua morada em Lisboa, entrou outra vez na carruagem que partiu.

Singular comoção

<< Página Anterior

pág. 168 (Capítulo 30)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 168

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240