Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 5: CAPÍTULO IV

Página 19

Um dos mascarados mostrou-me um copo que estava ao pé da chaise-longue sobre uma cadeira de estofo.

- Não sei, disse ele, talvez aquilo.

O que havia no copo era evidentemente ópio.

- Este homem está morto, disse eu.

- Morto! repetiu um deles, tremendo.

Ergui as pálpebras do cadáver, os olhos tinham uma dilatação fixa, horrível.

Eu fitei-os então um por um e disse-lhes serenamente:

- Ignoro o motivo porque vim aqui; como médico de um doente sou inútil; como testemunha posso ser perigoso.

Um dos mascarados veio para mim e com a voz insinuante, e grave:

- Escute, crê na sua consciência que esse homem esteja morto?

- Decerto.

- E qual pensa que fosse a causa da morte?

- O ópio; mas creio que devem sabe-lo melhor do que eu os que andam mascarados surpreendendo gente pela estrada de Sintra.

Eu estava irritado, queria provocar algum desenlace definitivo que cortasse os embaraços da minha situação.

- Perdão, disse um, e há que tempo supõe que esse homem esteja morto?

Não respondi, pus o chapéu na cabeça e comecei a calçar as luvas. F… junto da janela batia o pé impaciente. Houve um silêncio.

Aquele quarto pesado de estofos, o cadáver estendido com reflexos lívidos na face, os vultos mascarados, o sossego lúgubre do lugar, as luzes claras, tudo dava àquele momento um aspeto profundamente sinistro.

- Meus senhores, disse então lentamente um dos mascarados, o mais alto, o que tinha guiado a carruagem - compreendem perfeitamente, que se nós tivéssemos morto este homem sabíamos bem que um médico era inútil, e uma testemunha importuna! Desconfiávamos, é claro, que estava sob a ação de um narcótico, mas queríamos adquirir a certeza da morte. Por isso os trouxemos. A respeito do crime estamos tão ignorantes como os senhores.

<< Página Anterior

pág. 19 (Capítulo 5)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 19

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240