Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 45: CAPÍTULO II

Página 241
alto acompanhou-a e eu segui-o a uma vila da província do Minho, onde existe ainda, regido com todo o rigor ascético do estatuto, um velho convento de carmelitas descalças, habitado por cinco ou seis religiosas. Estas mulheres decrepitas vivem como dantes na pobreza de que fizeram voto, mantendo a oração, a penitência e o jejum com a mesma exaltação mística, com o mesmo fervor católico dos primeiros anos das suas núpcias com o divino esposo. Trazem os pés nus e o corpo constantemente envolto na aspereza estreme do burel. Não usam roupas de linho nem algodão. Em nenhum dia do ano se permitem carne às suas refeições. Comem juntas no antigo refeitório, havendo sempre uma que revezadamente se prostra à entrada da sala, segundo o primitivo uso da ordem, para que as outras lhe passem por cima ao entrar e ao sair da mesa. Não têm património de nenhuma espécie, nem outro algum rendimento que não seja o produto dos trabalhos que fazem. Furtadas a toda a convivência externa, vivem na clausura mais estreita e na miséria extrema. Ninguém no mundo voltou a ver as moradoras daquela casa desde que entraram nela. As que morrem são enterradas pelas outras no claustro e cobertas com uma pedra lisa, sem nome e sem data, Não há dístico nem outro sinal que diference as que deixam de existir. A morte para todas elas começa no momento em que transpõem o limiar da portaria. Dentro tudo é sepulcro. A morte é simplesmente a mudança de cubículo.

Tal foi a casa escolhida pela condessa para recolhimento e asilo do resto dos seus dias.

O exterior do edifício era misterioso e lúgubre. Cingia-o em toda a sua amplitude uma alta muralha que o disgregava do resto do mundo, cerrando as casas habitadas pelas freiras ao exame de fora. Era um prédio emparedado. A

<< Página Anterior

pág. 241 (Capítulo 45)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 241

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240