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Capítulo 7: CAPÍTULO VI

Página 32

Aproximámo-nos da janela, examinámos detidamente o papel em que estava escrita a declaração do suicida.

- A letra é dele, parece-me indubitável que é - disse o mascarado - mas na verdade, não sei porque, não lhe acho a feição usual da sua escrita!

Observou-se o papel escrupulosamente; era meia folha de escrever cartas. Notei logo no alto da página a impressão muito apagada, muito indistinta, de uma firma e de uma coroa, que devia ter estado gravada na outra meia folha. Era portanto papel marcado. Fiz notar esta circunstância ao mascarado: ele ficou surpreendido e confuso. No quarto não havia papel, nem tinteiro, nem penas. A declaração pois tinha sido escrita e preparada fora.

- Eu conheço o papel de que ele usava em casa, disse o mascarado; não é deste; não tinha firma, não tinha coroa. Não podia usar doutro.

A impressão da marca não era bastante distinta para que se percebesse qual fosse a firma e qual a coroa. Ficava, porém, claro que a declaração não tinha sido escrita nem em casa dele, onde não havia daquele papel, nem naquele quarto, onde não havia papel algum, nem tinteiro, nem um livro, um buvard, um lápis.

Teria sido escrita fora, na rua, ao acaso? Em casa dalguém? Não, porque ele não tinha em Lisboa, nem relações íntimas, nem conhecimento de pessoas cujo papel fosse marcado com coroa.

Teria sido feita numa loja de papel? Não, porque o papel que se vende vulgarmente nas lojas não tem coroas.

Seria a declaração escrita nalguma meia folha branca tirada de uma velha carta recebida? Não parecia também natural, porque o papel estava dobrado ao meio e não tinha os vincos que dá o envelope.

Demais a folha tinha um aroma de pós de marechala, o mesmo que se sentia, suavemente embebido no ar do quarto em que estávamos.

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pág. 32 (Capítulo 7)

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Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 32

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240