Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 14: CAPÍTULO II

Página 87
A condessa subiu para o seu quarto. Eu entrei na sala, com o conde. Oficiais ingleses que vinham de Southampton, e que iam para a estação de Malta, tinham desembarcado, e ceavam.

Nós tínhamo-nos sentado, bebendo cerveja, quando tive ocasião de aproximar de um dos oficiais ingleses que estava próximo de mim o frasco de mostarda. O frasco caiu, sujou-me, ele sorriu com polidez, eu ri alegremente, conversámos, e ao fim da noite passeávamos ambos pelo braço, na esplanada que ficava defronte das janelas do hotel e que está sobre o mar. Havia um amplo e calado luar que espiritualizava a decoração admirável das montanhas, a vasta água imóvel.

Eu tinha simpatizado com aquele oficial, já pelo seu perfil altivo e delicado, já pela feição original do seu pensamento, já por uma gravidade triste que havia na sua atitude. Era novo, capitão de artilheria, e batera-se na India. Era loiro e branco; mas o sol do Indostão tinha amadurecido aquela carnação fresca e clara, aprofundado a luz dos olhos, e dado aos cabelos uma cor fulva e ardente.

Passeávamos, conversando na esplanada, quando, repentinamente, abriu-se uma janela, e uma mulher com um penteador branco, apoiou-se levemente na varanda, e ficou olhando o horizonte luminoso, a melancolia da água. Era a condessa.

O luar envolvia-a, empalidecia-lhe o rosto, adelgaçava-lhe o corpo, dava à sua forma toda a espiritualização de uma figura de antiga legenda: o seu penteador caia largamente ao redor dela, em grandes pregas quebradas.

- Que linda! disse o oficial parando, com um olhar admirado, e profundo.

Quem será?

- Somos um pouco primos, disse eu rindo. É casada. É a condessa de W. Parte para Malta amanhã no paquete. A bordo levar-lhe-ei o meu amigo para a entreter contando-lhe histórias da India.

<< Página Anterior

pág. 87 (Capítulo 14)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 87

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240