—Para não dizer nada a respeito do seu desaparecimento? Sim, disseram-me que era assim que a menina queria. É verdade?
A expressão do meu rosto deixou-a triste.
— Não, dato que não! — Depois, ao fim de alguns instantes, acrescentei: — E eles ao menos explicaram a razão da minha suposto preferência?
— Não. O menino Miles limitou-se a dizer: Devemos fazer apenas aquilo de que ela gosta.»
— Quem me dera que assim fosse! E adora? Que foi que ela disse?
— A menina Flora foi muito querida. Só disse: «Claro, claro!» E eu acabei por concordar.
Meditei na questão durante breves instantes.
—A senhora também foi muito simpática, Mrs. Grose. Não sei porquê, mas sinto-me como se estivesse a ouvi-los. Seja como for, a verdade é que as coisas entre mim e Miles acabaram por se revelar.
— Revelar? — A minha companheira não entendeu. — Mas revelar o quê, menina?
— Tudo. Bom, mas isso também não interessa. Acabei por tomar uma decisão. — E, depois de uma pausa, prossegui: — Vim para casa, minha querida, porque queria falar com Miss Jessel.
Por esta altura, já me habituara a controlar todos os movimentos e expressóes de Mrs. Grose à simples menção daquele nome; dai que, naquele momento, ao vê-la pestanejar, consegui evitar que se descontrolasse.