De facto, tinha todos os motivos para assim o supor, já que aquela era a primeira vez que eu deixava a garota fora da minha alçada sem tomar qualquer disposição especial. Claro que havia sempre a possibilidade de ela estar com as criadas, daí que a primeira coisa a fazer seria procurá-la antes de lançar qualquer tipo de alarme. Nós mesmas nos encarregaríamos de levar a cabo tal missão. Ao fim de dez minutos, encontramo-nos no vestíbulo, mas não tínhamos tido sucesso. Trocamos, então, olhares desesperados, e eu reparei que ela parecia agora tão alarmada quanto eu.
— Deve estar lá em cima — sugeriu Mrs. Grose —, num daqueles quartos em que a menina não procurou.
— Não. Ela não esta aqui — declarei. Acabara de chegar a uma conclusão. — A Flora saiu.
Mrs. Grose lançou-me um olhar de espanto.
— Sem chapéu?
— E aquela mulher alguma vez anda de chapéu?
— Isso quer dizer que estão as duas juntas?
— Claro que sim! Estão as duas juntas! — declarei. — Temos de encontrá-las.
Pousara a mão no braço da minha amiga, mas, confundida com tudo o que acabara de escutar, a mulher foi incapaz de reagir à minha pressão. Bem pelo contrário, deixou-se ficar onde estava, imóvel, atrapalhada.
— E onde é que está o menino Miles?
— Oh, está com o Quint! Devem estar os dois na sala de aulas.