O meu discurso obscuro deixou Mrs. Grose calada durante uns instantes; depois, com uma franqueza que me pareceu ter algo por trás, deu-me razão:
— É verdade, menina. Acho que ela nunca mais vai voltar a falar-lhe. Logo ela, que leva tudo tão a sério!
—E é precisamente isso—conclui—que é tão estranho naquela
criança.
Pela expressão do seu rosto, compreendi que a minha companheira concordava comigo.
— De três em três minutos ela levanta a cabeça para me perguntar se acho que a menina vai abrir a porta e entrar.
— Compreendo, compreendo! — Pela parte que me tocava, também eu queria esclarecer um sem-número de coisas. — Ela disse-lhe alguma coisa que não tivesse sido para repudiar a sua familiaridade comigo? Disse alguma coisa a respeito de Miss Jessel?
— Nem uma só palavra, menina. E, como sabe, ela mesma disse, quando ainda estávamos junto ao lago, quer pelo menos ali, não havia ninguém.
— Claro! Escuso de perguntar-lhe se continua a crer em semelhante afirmação? — Pelo menos não a contradigo. Que outra coisa poderia eu fazer?