Calafrio - Cap. 22: Capítulo 22 Pág. 138 / 164

Ao escutar aquilo, a minha amiga corou com violência.

— Ora, menina, não sou assim tão tonta! Sempre que me via obrigada a deixá-la durante alguns minutos, certificava-me de que uma das criadas se encontrava por perto. E agora, apesar de estar sozinha, tive o cuidado de a fechar a sete chaves. Mesmo assim.. . mesmo assim! — Havia ainda muitas coisas em que pensar.

— Mesmo assim o quê?

— Tem assim tanta confiança no pequeno senhor?

— Apenas tenho confiança em si Mas, por uma coisa que sucedeu na noite passada, penso que talvez ainda haja uma solução. Sinto que ele quis comunicar-me algo. É como se aquele pobre coitado estivesse interessado em falar. A noite passada, enquanto estivemos sentados em silêncio frente à lareira, senti que, ao longo de duas horas, pouco faltou para que as palavras saíssem.

Mrs. Grose lançou um olhar duro à luz cinzenta da manhã.

— E saíram?

— Não. Esperei, esperei, mas sou obrigada a confessar que não. E, quando aquela espécie de vigília chegou ao fim, foi em silêncio e sem nada perguntar a respeito do paradeiro da irmã que me deu um beijo de boa-noite. De qualquer maneira, se o tio acabar por falar com a garota, não posso consentir que veja Miles sem que ele tenha, sobretudo agora, quando as coisas correram tão mal, um pouco mais de tempo.





Os capítulos deste livro