O carneiro assado encontrava-se na mesa e eu dispensara a companhia da criada. Miles, antes de se sentar, as mãos enfiadas nos bolsos, fitou o pedaço de carne que estava à sua frente com ar de quem se preparava para soltar um qualquer comentário divertido. Contudo, quando abriu a boca foi para perguntar o seguinte:
— Diga-me, querida, é mesmo verdade que ela está assim tão doente?
— A pequena Flora? Não, de maneira nenhuma. Em Londres vai ficar boa. Bly não estava a fazer-lhe nada bem. E agora sente-se e coma o seu
carneiro.
Atento, o rapaz obedeceu, levou o prato para o lugar por mim indicado e, já devidamente acomodado, resolveu dar seguimento à conversa.
— E Bly passou a fazer-lhe mal assim, de um momento pata o outro?
— Não foi de um momento para o outro. Andavam já muitos sinais no ar.
— Nesse caso, por que razão não a fez sair daqui antes?
— Antes do quê?
— Antes de ela estar demasiado doente para viajar.
A minha resposta não se fez esperar.