Calafrio - Cap. 8: Capítulo 8 Pág. 57 / 164

— Meu Deus, meu Deus... temos de manter a calma! E, ao fim e ao Moo, se ela não se importa.. .! — Mrs. Grose chegou mesmo ao ponto de brincar um pouco.—Talvez até ache graça à história!

— Achar graça a uma coisa daquelas?! Uma criança tão pequena?!

— E não constituirá isso uma prova da sua inocência? — quis corajosamente saber a minha amiga.

Durante breves segundos senti-me algo reconfortada.

— Oh, temos de agarrar-nos a essa esperança... temos de agarrar-nos a ela! Caso o comportamento de Flora não seja uma prova daquilo que use, então só pode servir para provar... Só Deus o poderá saber! E que aquela mulher é o horror dos horrores!

Perante isto, Mrs. Grose cravou os olhos no chão. Ao fim de um minuto, voltou a erguer a cabeça.

— Conte-me como é que sabe tudo isso — pediu ela. :

— Isso quer dizer que admite ser ela quem eu penso? — disse eu, quase aos gritos.

— Conte-me como é que pode ter a certeza — limitou-se ela a repetir.

— Como é que sei? Apenas porque a vi! Pelo seu aspecto.

— Pelo olhar que lhe lançou? Um olhar de maldade?

— Por amor de Deus, claro que não! Nunca o teria suportado. Aquela criatura não olhou para mim uma única vez. Limitou-se a fitar a criança.

Mrs. Grose tentou visualizar a situação.

— A fitá-la? A mulher olhou-me nos olhos como se neles quisesse encontrar vestígios da maldade a que eu me referia.





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