O rapaz era como um foco luminoso na escuridão.
— Não, de maneira nenhuma. Fiquei sentado a ler.
— E quando é que desceu?
— À meia-noite. Quando sou mau, sou mesmo mau!
— Compreendo, compreendo... Muito bem. Mas... como é que estava assim tão certo de que eu ficaria a saber?
— Oh, estava tudo combinado com a Flora!—Era incrível a rapidez com que ele respondia a tudo! — Ela tinha de levantar-se e acordá-la.
— E foi exactamente isso que ela fez. — Eu é que caíra na armadilha!
— E pronto, quando a viu olhar para o jardim, acabou por seguir-lhe o exemplo... e viu o mesmo que ela.
—Enquanto o menino — resmunguei — estava lá fora a morrer de frio!
Semelhante réplica pareceu deixá-lo envolto numa onda de felicidade.
— E de que outra forma poderia eu provar-lhe que sou mau? — inquiriu. De seguida, depois de mais um abraço, dei por terminada a nossa conversa, garantindo-lhe que, com aquela partida, ele conseguira provar tratar-se de alguém cuja bondade levanta algumas dúvidas.