— Para que as crianças se resolvam a avançar?
— E pereçam nessa tentativa! — Devagar, Mrs. Grose levantou-se e, ao vê-la tão perturbada, acrescentei imediatamente — A menos, claro, que consigamos evitá-lo!
Parada na minha frente, ela mudou visivelmente a direcção por que seguramos:
— Compete ao tio evitar o acidente. Chegou a hora de ele entrar em acção.
— E quem é que vai convence-lo a intervir?
Desviando os olhos de um qualquer ponto distante que parecia absorver todas as suas atenções, a mulher fitou-me com um ar alterado:
— A menina, claro!
— Ou seja, quer que lhe escreva a dizer que o ar aqui está envenenado e que os sobrinhos são dois loucos?
—E não é verdade, menina?
— E se for eu quem está a enlouquecer? Não haja dúvida que se trata de óptimas noticias, sobretudo se lhe forem enviadas por alguém que goza da sua confiança e cuja obrigação principal é mantê-lo afastado de todo e qualquer problema.
De novo a fitar as crianças, Mrs. Grose parecia reflectir.
— Sim, de facto, ele detesta ser incomodado. Foi por isso mesmo...