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Capítulo 10: X - LAURENCE E CORENTIN

Página 113
Diz ele que foi arrancado de cima da sela tão de repente e tão violentamente atirado para a retaguarda que não sabe explicar o que se passou; OS pés saíram-lhe dos estribos; caso contrário teria morrido, pois o cavalo, assustado, arrastá-lo-ia pelo campos fora. Entregámo-lo a Michu e a Violette...

- O quê? Michu está no pavilhão? - exclamou Corentin, que olhara para Laurence.

A condessa sorriu, com um olhar agudo, como mulher que aproveita a oportunidade para vingar-se.

- Acabo de o encontrar a discutir um negócio com Violette, encetado ontem à tarde - respondeu o tenente. - Violette e Michu pareciam bêbedos; mas não é para admirar, Toda a santa noite beberam, e ainda não estão de acordo.

- Foi Violette que lho disse? - inquiriu Corentin.

- Foi - tornou-lhe "O tenente.

- Ah! Se pudéssemos ser nós a fazer tudo! - exclamou Peyrade, olhando para Corentin, tão pouco seguro como Peyrade da inteligência do tenente.

O mais novo respondeu ao mais velho com um aceno de cabeça.

- A que horas chegou ao pavilhão de Michu? - perguntou Corentin, que notara que a Menina dos Cinq-Cygne relanceara a vista ao relógio em cima do fogão.

- Pouco mais ou menos duas horas - respondeu o tenente.

- Laurence percorreu com um mesmo olhar o Senhor e a Senhora de Hauteserre, o abade Goujet e a senhora sua irmã, que se sentiram sob uma capa protectora; a alegria da vitória cintilava-lhe nos olhos, corou, e as pálpebras encheram-se-lhe de lágrimas. Couraçada contra as maiores desgraças, esta jovem só de prazer sabia chorar. Naquele momento foi sublime, sobretudo para o cura, a quem entristecia um pouco a virilidade do carácter de Laurence e que naquele momento pôde dar-se conta da ternura sem limites que havia naquela mulher; o certo é, porém, que essa sensibilidade nela, jazia, corno um tesouro escondido, a uma grande profundidade, e sob um bloco de granito.

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pág. 113 (Capítulo 10)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 113

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236