Um gendarme veio perguntar se devia deixar entrar o filho de Michu, que da parte do pai queria falar com os senhores de Paris. Corentin respondeu com um aceno de cabeça afirmativo. Francisco Michu, cãozinho manhoso, que caçava por gosto, estava no pátio, onde Gothard, já em liberdade, pôde conversar com, ele alguns Instantes à vista do gendarme. O garoto Michu cumpriu a sua missão fazendo deslizar qualquer coisa na mão de Gothard, sem que o gendarme desse por nada. Gothard colou-se na retaguarda de Francisco e chegou até junto da Menina de Cinq-Cygne para lhe entregar, inocentemente, a aliança completa, que ela beijou ardentemente pois compreendeu que Michu lhe dizia, ao enviar-lha, que os quatro gentis-homens estavam em lugar seguro.
- M’o pai (meu pai) manda perguntar onde querem que ele ponha o bragadeiro, que não está lá muito bom.
- De que é que ele se queixa? - inquiriu Peyrade.
- Ele parece que da cabaça, pespegou-se da besta abaixo. Para um gindarme que deve saber cavalgar uma alimária já é azar; deve ter dado com a cabaça! Tem um buraco, oh! da grossura de um punho, no revés da cabaça. Acho que ele teve a pouca sorte de se pespegar em cima do raio de uma pedra. Pobre homem! Não lhe serve de nada ser gindarme; dói-lhe como aos outros, a pana que isto faz!
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O capitão da gendarmaria de Troyes entrou no pátio, desmontou, acenou para Corentin, que, ao reconhecê-lo, correu para a janela, que abriu, para não perder tempo.
-Que há?
- Fomos levados e bem levados! Encontraram-se cinco cavalos rebentados, o pêlo coberto de suor, no meio da grande avenida da floresta; mandei-os vigiar para saber de onde vieram e quem os forneceu. A floresta está cercada; quem lá estiver dentro não poderá sair.