Um Caso Tenebroso - Cap. 11: XI - DESFORRA DA POLÍCIA Pág. 123 / 249

Estas precauções duraram o tempo que durou o processo Rjviere, Polignac e Moreau.

Quando o senatus-consulto que chamava para o Império a família Bonaparte e nomeava Napoleão imperador foi submetido ao plebiscito do povo francês, o Senhor de Hauteserre assinou o registo que lhe veio apresentar Goulard. Por fim soube-se que o papa viria sagrar Napoleão. Depois disso a Menina de Cinq-Cygne não se opôs mais a que uma petição fosse dirigida pelos dois jovens de Hauteserre e pelos primos a fim de que os seus nomes viessem a ser riscados da lista dos emigrados e que pudessem readquirir direitos de cidadãos. O pobre homem correu logo a Paris e foi procurar o ex-marquês de Chargeboeuf, que era das relações do Senhor de Talleyrand.

Este ministro, então favorito, fez chegara petição às mãos de Josefina, e esta entregou-a ao marido, a quem chamavam imperador, majestade, sire, antes de se saber o resultado do escrutínio popular. O Senhor de Chargeboeuf, o Senhor de Hauteserre e o abade Goujet, que também se deslocou a Paris, obtiveram uma audiência de Talleyrand, e este ministro prometeu-lhes o seu apoio.

Já então Napoleão indultara os principais comparsas da grande conspiração realista contra ele dirigida; mas, embora os quatro gentis-homens apenas fossem suspeitos, ao sair de uma sessão do conselho de Estado o imperador chamou ao seu gabinete o senador Malin, Fouché, Talleyrand, Cambacérês, Lebrun e Dubois, prefeito de polícia.

- Meus senhores - disse o futuro imperador. que vestia ainda o seu trajo de Primeiro Cônsul - recebemos dos Senhores de Simeuse e de Hauteserre, oficiais do exército de Condé, um pedido para serem autorizados a regressar a França.

- Em França estão eles - disse Fouché.

- Como tantos outros, que eu encontro em Paris - respondeu Talleyrand.





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