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Capítulo 12: XII - UM DUPLO E MESMO AMOR

Página 136
Andava à moda, e mais do que uma vez correu a Paris para parecer mais bela graças a qualquer trapo ou a qualquer novidade. Enfim, para dar a seus primos as mais pequeninas alegrias do conforto doméstico, de que eles, por tanto tempo, haviam sido privados, tornou o seu castelo, não obstante os altos protestos do tutor, a residência mais completamente confortável que então havia em toda a Champagne.

Roberto de Hauteserre não compreendia nada daquele drama surdo. Não se dava conta do amor de seu irmão por Laurence. Quanto à jovem, gostava de zombar da sua coquetterie, pois confundia esse detestável defeito com o desejo de agradar; mas era assim que ele se enganava sobre tudo que dizia respeito ao sentimento, ao gosto e à alta instrução, Por isso logo que o homem da Idade Média entrava em cena, Laurence fazia dele: sem dar por isso, o pateta do drama; divertia os seus primos discutindo com Roberto, pois, a pouco e pouco, o ia introduzindo naqueles pântanos onde a estupidez e a ignorância se atolam. E era inexcedível nestas mistificações espirituosas, as quais, para serem perfeitas, devem deixar a vítima feliz consigo própria.

No entanto, por mais grosseira que fosse a sua natureza, Roberto, durante esta bela quadra - a única feliz que estes três seres encantadores viriam a conhecer na vida -, nunca interveio entre os Simeuse e Laurence com uma só palavra viril, que talvez pudesse decidir da questão. Impressionou-o muito a sinceridade dos dois irmãos. Roberto, sem dúvida que adivinhou quanto podia afligir uma mulher conceder a um provas de carinho que o outro não recebesse ou que o pudesse magoar; quanto era feliz um dos irmãos com o bem que acontecia ao outro, e quanto poderia vir a sofrer no fundo do seu coração.

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pág. 136 (Capítulo 12)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 136

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236