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Capítulo 16: XVI - AS DETENÇÕES

Página 170

Os gentis-homens e Laurence sentiam tal apetite, e o jantar atraía-os a tal ponto que nem pensaram em mudar de fato, Vestidos como estavam, ela de amazona e eles de calção de pele branca, botas de montar e jalecas verdes, apresentaram-se no salão, onde os aguardavam, já, inquietos, o Senhor e a Senhora de Hauteserre. O pobre homem notara o vaivém dos jovens, e sobretudo a desconfiança com que o olhavam, pois que Laurence não o pudera tratar como tratara a criadagem. Eis porque na altura em que um dos filhos evitara responder-lhe, fugindo dele, viera dizer à mulher:

- Receio muito que Laurence ande outra vez fazer das suas!

- Que espécie de caça praticaram hoje? - perguntou a Senhora de Hauteserre a Laurence.

- Ah! um destes dias há-de saber da patifaria em que os seus filhos tomaram parte - tornou-lhe ela, rindo.

Ainda que ditas a rir, estas palavras fizeram estremecer a velha senhora. Catarina anunciou o jantar. Laurence deu o braço ao senhor de Hautessere, e sorriu da malícia que fazia aos primos, obrigando um deles a oferecer o braço à velha senhora, transformada em oráculo pelas convenções aceites.

O marquês de Simeuse conduziu a Senhora de Hauteserre à mesa. A situação tornou-se então tão solene que, findo o Benedicite, Laurence e os seus dois primos sentiram que o coração lhes palpitava violentamente. A Senhora de Hauteserre, que fazia os pratos, parecia impressionada com a ansiedade estampada no rosto dos dois Simeuse e na alteração que se pintava na" fisionomia dócil de Laurence.

- Passou-se alguma coisa de extraordinário? - exclamou ela, olhando para todos ao mesmo tempo.

- A quem está a dirigir-se? - Inquiriu Laurence.

- A todos - replicou a velha senhora.

- Pelo que me diz respeito, mãe, tenho uma fome de lobo.

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pág. 170 (Capítulo 16)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 170

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236