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Capítulo 20: XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA

Página 218
Em 1806 ainda se estava demasiado próximo do Ente Supremo de 1793 para se falar em justiça divina; aos jurados fez intercessores do Céu. Finalmente disse que a justiça não perderia de vista os cúmplices desconhecidos que tinham libertado o senador, e sentou-se aguardando, confiado, o veredicto.

Os jurados acreditaram na existência de um mistério; mas todos pareciam persuadidos de que esse mistério estava nas mãos dos acusados, que se calavam mim interesse particular da mais alta importância.

O Senhor de Granville, para quem era evidente a existência de uma maquinação qualquer, levantou-se; mas parecia acabrunhado, embora menos pelos novos testemunhos produzidos que pela manifesta convicção dos jurados. Excedeu ainda, talvez, a sua defesa da véspera o seu segundo discurso foi, com certeza, mais lógico e mais conciso que o primeiro. Mas sentiu que o calor das suas palavras era repelido pela frieza do júri: falava inutilmente, e dava por isso! Situação horrível e glacial. Observou como a libertação do senador, operada Como por magia, e naturalmente sem o concurso de nenhum dos acusados nem de Marta, corroborava os seus primeiros arrazoados. Certamente que ontem os acusados podiam achar-se convencidos da sua absolvição; e se estava nas suas mãos, como a acusação o supunha, manter preso ou soltar o senador, era de toda a evidência que só o teriam feito depois do julgamento. Procurou fazer compreender que apenas inimigos escondidos na sombra podiam ter vibrado aquele golpe.

Coisa estranha! O Senhor de Granville apenas lançou certa perturbação na consciência do acusador público e na dos magistrados, pois os jurados ouviam-no por obrigação. A própria assistência, sempre favorável aos acusados, estava convencida da sua culpabilidade.

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pág. 218 (Capítulo 20)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 218

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236