Um Caso Tenebroso - Cap. 21: XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR Pág. 230 / 249

- O marechal Lannes tomará posição, com, todo o seu corpo de exército, na vanguarda; o marechal Lefebvre e a guarda ocuparão este cabeço - disse o outro oficial, que era o major-general Berthier.

O imperador desmontou, Mal ele esboçou esse movimento, Roustan, o seu famoso mameluco, deu-se pressa em segurar-lhe o cavalo. Laurence estava pasmada: não podia acreditar em tamanha simplicidade.

- Passarei a noite nesta colina - disse o imperador.

Nesse momento, o grande marechal Duroc, que o gendarme finalmente conseguira encontrar, dirigia-se ao marquês de Chargeboeuf, a quem perguntava as razões daquela visita; o marquês respondeu-lhe que uma carta do punho do ministro das relações exteriores lhe diria quanto era urgente que obtivessem, a Menina de Cinq-Cygne e ele, uma audiência do imperador.

- Sua Majestade vai, com certeza, jantar ao seu bivaque - disse Duroc, pegando na carta -, e logo que eu tome conhecimento do que se trata, lhe direi se isso é possível. Brigadeiro! - gritou ele para o gendarme - acompanha esta carruagem e condu-la até à cabana, pela parte detrás.

O Senhor de Chargeboeuf, que seguiu o gendarme, deteve a carruagem nas traseiras de uma pobre cabana de madeira e terra, cercada de algumas árvores de fruto, e guardada por piquetes de infantaria e cavalaria.

Pode dizer-se que a majestade da guerra resplandecia ali em todo o seu esplendor. Daquele cabeço viam-se as linhas dos dois exércitos iluminadas pelo luar. Após uma hora de espera, com o movimento ininterrupto de ajudantes de campo que iam e vinham, Duroc, que veio buscar a Menina de Cinq-Cygne e o marquês de Chargeboeuf, mandou-os entrar para a cabana, cujo chão era de terra batida, como o das nossas eiras.