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Capítulo 21: XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR

Página 233

- Sire: a cavalaria da guarda e a do grão-duque de Berg não poderão juntar-se antes do meio-dia.

- Não faz mal - disse Napoleão, voltando-se para Berthier -, há horas de perdão para nós também; saibamos aproveitá-las.

A um aceno de mão, o marquês e Laurence retiraram-se e voltaram a subir para a caleche; o brigadeiro ensinou-lhes o caminho e conduziu-os até à aldeia, onde passaram a noite. No dia seguinte ambos se afastaram do campo de batalha ao som de oitocentas peças de artilharia, que troaram durante dez horas, e já no caminho souberam da espantosa vitória de Iena. Oito dias depois entravam nos arrabaldes de Troyes. Uma ordem do juiz supremo, transmitida ao procurador imperial junto do tribunal de primeira instância de Troyes, ordenava a libertação, sob caução, dos gentis-homens, enquanto aguardavam a decisão do imperador e rei; mas ao mesmo tempo era expedida, pelo tribunal, ordem para a execução de Michu. Estas ordens tinham chegado nessa mesma manhã. Laurence apresentou-se então na cadeia, em trajos de viagem. Conseguiu conservar-se ao pé de Michu, com quem nesse momento procediam à triste cerimónia que chamam toilette. O bom do abade Goujet, que pedira licença para o acompanhar ao cadafalso, acabava de dar a absolvição àquele homem, desolado por morrer ignorando o destino dos seus amos; por isso soltou um grito de alegria, quando Laurence apareceu.

- Já posso morrer! - exclamou.

- Foram indultados, não sei sob que condições - disse-lhe Laurence -, mas indultados estão; e tentei tudo por ti, meu amigo, apesar do aviso que me fizeram. Julguei ter-te salvo, mas o imperador iludiu-me com a sua graciosidade de soberano.

- Estava escrito lá em cima - murmurou Michu - que o cão-de-guarda devia ser morto no mesmo sítio em que mataram os seus velhos donos!

A última hora passou rapidamente.

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pág. 233 (Capítulo 21)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 233

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236