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Capítulo 22: XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS

Página 239

- Adeus, minha senhora - disse para a princesa, em tom seco.

Saiu com Berta, calculando a direcção dos seus passos, de forma a não se encontrar com esse homem fatal.

- Naturalmente estraguei o casamento de Georges - disse em voz baixa a princesa a De Marsay.

O antigo ajudante de notário, procedente de Arcis, ex-representante do povo, ex-termidoriano, ex-tribuno, ex-conselheiro de Estado, ex-conde do Império e senador, ex-par do reino de Luís XVIII, novo par de Julho, fez uma reverência servil à princesa de Cadignan.

- Não trema, ilustre senhora; já não fazemos guerra aos príncipes - disse ele, sentando-se junto dela.

Malin gozara da estima de Luís XVIIII, a quem a sua velha experiência não fora inútil. Contribuíra muito para derrubar Decazes, e aconselhara fortemente o ministério Villêle. Recebido friamente por Carlos X, caíra em desgraça de Talleyrand. Estava então muito bem cotado pelo segundo governo, que tinha a vantagem de servir desde 1789, e que, sem dúvida, serviria; mas havia quinze meses que rompera a amizade que durante trinta e seis anos mantivera com o mais célebre dos nossos diplomatas. Foi durante esta soirée que ao falar desse grande monstro ele disse estas palavras:

-Sabem porque se mostra ele hostil para com o duque de Bordéus? Por entender que o pretendente é novo de mais...

- Aí está um singular conselho para os jovens - respondeu-lhe Rastignac.

De Marsay, muito pensativo depois das palavras da condessa, não relevou o gracejo; olhava dissimuladamente Gondreville, e para falar aguardava, evidentemente, que o velho, que se deitava cedo, tivesse partido. Todos os que ali estavam e tinham podido testemunhar a saída da Senhora de Cinq-Cygne, cujas razões eram conhecidas, imitaram o silêncio de De Marsay.

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 239

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236