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Capítulo 22: XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS

Página 248
As palavras: «Morra o tirano!», gritadas em Saint-Cloud continuavam a ressoar aos ouvidos de Luciano. A batalha de Marengo deteve Napoleão nos campos da Lombardia até 25 de Junho, pois chegou no dia 2 de Julho a França. Ora ponde na vossa imaginação a cara dos cinco conspiradores nas Tulherias a felicitarem o Primeiro Cônsul pela sua vitória. Fouché, ali mesmo no salão disse ao tribuno - este Malin, que os senhores acabam de ver, foi um pouco tribuno - que esperasse ainda, porquanto não estava tudo acabado. Com efeito Bonaparte, aos olhos do Senhor de Talleyrand e de Fouché, não se lhes afigurava tão identificado como eles com a Revolução e trataram de o encurralar, para sua própria segurança, com o caso do, duque de Enghien. A execução do príncipe está relacionada, por impressionantes ramificações, com o que fora tramado no palácio das relações exteriores durante a batalha de Marengo. Evidentemente que hoje, para quem conheça pessoas bem informadas, é indiscutível que Napoleão foi ludibriado, como uma criança, pelo Senhor de Talleyrand e por Fouché, que quiseram indispô-lo, irremediavelmente, com a casa de Bourbon, cujos embaixadores tentavam nessa altura aproximar-se do Primeiro Cônsul.

- Talleyrand, que jogava o seu whist em casa da Senhora de Luynes - disse então uma das personagens que ouvia De Marsay - às 3 horas da manhã puxou do relógio, interrompeu o jogo e perguntou, subitamente, sem qualquer transição, aos seus três parceiros, se o príncipe de Condé tinha mais algum filho além do duque de Enghien. Uma pergunta tão extravagante na boca do Senhor de Talleyrand provocou a maior das surpresas. «Porque nos pergunta o que sabe tão bem como nós?» - disse-lhe alguém. - «É para informá-los de que a casa de Condé está, neste momento, a acabar».

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 248

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236