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Capítulo 3: III - AS MALÍCIAS DE MALIN

Página 33
Avisa Bonaparte.

- Um homem da minha categoria não denuncia - exclamou Malin, com vivacidade.

- Da tua categoria? - exclamou Grévin, sorrindo.

- Oferecem-me os selos.

- Compreendo -o teu deslumbramento, e a mim compete ver claro nessas trevas políticas: farejar a porta de saída. Ora é impossível prever os acontecimentos que podem fazer regressar os Bourbons, quando um general Bonaparte dispõe de oitenta navios e de cem mil homens., Não há nada, mais difícil na política de expectativa que saber quando cai um poder vacilante; mas, meu velho, Bonaparte está no seu período ascendente… Não teria sido Fouché que te mandou sondar pata saber o que tu pensas no fundo e se desembaraçar de ti?

- Não; tenho confiança no embaixador. Aliás, Fouché, nesse caso, não me teria mandado dois macacos como estes, que eu por de mais conheço para não desconfiar deles.

- Metem-me medo - observou Grévin. - Se Fouché não desconfia de ti e não te quer experimentar, porque tos mandou? Pouché não fazia uma coisa destas sem uma razão qualquer.

- Estou decidido -exclamou Malin -; nunca mais teria descanso com esses dois Simeuse; talvez Fouché, que sabe da minha posição, os não queira perder, e esteja convencido de que através deles conseguirá chegar aos Condé.

- Ora, meu velho; não será no tempo de Bonaparte que haverá quem se lembre de inquietar o proprietário de Gondreville.

Ao erguer os olhos, Malin lobrigou, no meio da folhagem de uma grande tília, o cano de uma espingarda.

- Não me enganei; tinha ouvido o ruído seco de uma espingarda a que puxam os cães - disse para Grévin, depois, de acolher-se atrás de um grosso tronco de árvore, para onde o notário o seguiu, inquieto com o brusco movimento do amigo.

- É Michu - disse Grévin - estou daqui a ver-lhe a barba ruiva.

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 33

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236