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Capítulo 4: IV - FORA A MÁSCARA!

Página 39
Está atento ao que eu te digo, palavra por palavra. Trata-se da vida de teu pai e da de tua mãe. Que a justiça nunca saiba que estivemos fora de casa!

Ditas que foram estas palavras ao ouvido do filho, que desapareceu, como uma enguia no lodo, meio da mata, Michu disse para a mulher:

- A cavalo! E reza a Deus para que esteja convosco. Segura-te, segura-te bem! A besta pode rebentar.

Mal estás palavras foram ditas, o cavalo, em cujos flancos Michu aplicara dois pontapés, e que apertara entre os joelhos rijos, despediu com a ligeireza de um cavalo de corrida: dir-se-ia compreender o cavaleiro: um quarto de hora depois estava atravessada a floresta. Michu, que se não desviara da estrada mais curta, encontrou-se num ponto da clareira de onde se viam os cimos do castelo de Cinq-Cygne iluminados pelo luar. Amarrou o cavalo a uma árvore e subiu rápido o cabeço de onde se descortinava o vale de Cinq-Cygne.

: O castelo, que Marta e Michu contemplaram juntos por momentos, produz um efeito encantador na paisagem. Conquanto não tenha importância nem como grandeza nem como arquitectura, riem por isso deixa de ter o seu mérito arqueológico.

Este velho edifício do século XV, assente numa eminência, rodeado de fossos profundos, largos e ainda cheios de água, é construído de pedra e cal, mas ás suas paredes têm sete pés de espessura:. A sua simplicidade lembra admiravelmente a vida rude e belicosa dos tempos feudais. O castelo, verdadeiramente primitivo, é formado por duas grandes torres vermelhas, separadas por um extenso casarão perfurado por autênticos caixilhos de pedra, cujas empenas, grosseiramente esculpidas, fazem lembrar sarmentos de videiras. A escadaria. é por fora, no centro, e assente numa torre pentagonal, com uma portinha em ogiva.

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 39

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236