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Capítulo 4: IV - FORA A MÁSCARA!

Página 40
O rés-do-chão, interiormente modernizado no tempo de Luís XIV, bem como o primeiro andar, são cobertos de um telhado imenso, perfurado de caixilhos com tímpanos esculpidos. Diante do castelo abria-se um vasto relvado cujas árvores haviam sido recentemente abatidas. De cada lado da ponte levadiça da entrada há duas casotas onde vivem-os-jardineiros; separa-as um portão pobre, sem carácter" moderno, evidentemente. À direita e à esquerda, do relvado, dividido em duas partes por uma álea pavimentada, ficam as cavalariças, os estábulos, as granjas, a casa da lenha, a padaria, as capoeiras, as dependências da criadagem, praticadas, sem dúvida, nos restos de duas áleas parecidas com o castelo actual.

Outrora o castelo devia ser quadrado, fortificado nos quatro ângulos defendido por uma enorme torre de pórtico abobadado, na base da qual ficava, no sítio do portão, uma ponte levadiça. As duas grossas torres, cujos telhados, em pimenteira, não tinham sido derrubados, e a pirâmide da torre do meio, imprimiam à aldeia uma certa fisionomia. A igreja, velha igualmente, a pouca distância, exibia o seu campanário pontiagudo, que muito bem se harmonizava com os volumes do castelo. A lua fazia resplandecer todas as cristas e todos os cones em volta dos quais a luz cintilava. Michu olhou para aquela residência senhorial de modo a deitar por terra as ideias da mulher, pois que o seu rosto, mais sereno, traduzia uma espécie de esperança e um certo orgulho. Olhava para tudo aquilo como que com desconfiança; apurou o ouvido. Deviam ser nove horas; o luar projectava-se na orla da floresta, e o cabeço parecia particularmente iluminado. A situação afigurou-se perigosa ao guarda geral, que desceu do morro, receoso de que o vissem. No entanto nenhum ruído suspeito perturbava a paz daquele formoso vale, fechado desse lado pela floresta de Nodesme.

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pág. 40 (Capítulo 4)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 40

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236