Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: IX - DESDITAS DA POLÍCIA

Página 97
O Primeiro Cônsul gosta dos antigos nobres e não pode com os republicanos, e por uma razão muito simples: se quiser um trono, precisa de jugular a liberdade. Que este segredo fique entre nós! Por isso, veja bem, esperarei até amanhã, serei cego, mas desconfie do agente; esse maldito provençal serve o diabo, tem a palavra de Fouché, assim como eu tenho a do Primeiro Cônsul.

- Se os Senhores de Simeuse estivessem aqui - tornou-lhe o cura -, daria dez pingas do meu sangue e um braço, mesmo, para os salvar; mas se a Menina de Cinq-Cygne é porventura sua confidente, a verdade é esta e, eu lhe juro pela minha salvação eterna, não disse palavra sobre o assunto e não me deu sequer a honra de me consultar. E devo dizer-lhe que estou muito contente com a sua discrição, se porventura há discrição. Ontem à noite, como todas as noites, jogámos o boston, no mais profundo silêncio, até às dez horas e meia, e nada vimos nem nada ouvimos. Neste vale solitário não passa uma criança sem que toda a gente a veja e o saiba; ora há quinze dias que aqui não vem qualquer pessoa estranha. Os Senhores de Hauteserre e de Simeuse, só por si, são quatro. O pobre homem e a esposa estão rendidos ao governo, e fizeram todos os esforços imagináveis para chamar os filhos para junto de si; ainda anteontem lhes escreveram. Por isso, na minha alma e consciência, foi preciso que os senhores aqui aparecessem para abalarem a firme convicção em que eu estava de que eles continuavam na Alemanha. Entre nós, nesta casa, só a jovem condessa não faz justiça às eminentes qualidades do Senhor Primeiro Cônsul.

«Finório!» pensou Corentin. - Se esses rapazes vierem a ser fuzilados, é porque os senhores o quiseram - tornou-lhe ele, em voz alta -; agora lavo daqui as minhas mãos.

<< Página Anterior

pág. 97 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 97

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236