Vi a terra com nitidez, com algumas árvores espalhadas aqui e ali. O bote avançou para a ilha Manaar, que se situava para o sul. O Capitão Nemo tinha se levantado do banco e observava o mar. A um sinal seu foi lançada a âncora e a corrente mal deslizou porque o fundo ficava a pouco mais de um metro, formando naquele local um dos mais altos pontos do banco de ostras. O bote virou imediatamente sobre a âncora, impelido pela maré vazante que empurrava para o largo.
- Chegamos, Sr. Aronnax - disse o Capitão Nemo. - Vê esta baía estreita? É aqui que dentro de um mês se reunirão os numerosos barcos de pesca e são estas as águas que os mergulhadores irão sondar, audaciosamente. Por sorte, esta baía está naturalmente disposta para este gênero de pesca. Ela está abrigada dos ventos mais fortes e aqui o mar nunca é bravo, circunstância essa que favorece muito o trabalho dos pescadores. Vamos agora vestir os escafandros - ordenou.
Com os olhos fitos naquelas águas suspeitas e sem dizer nada, comecei a vestir a minha pesada roupa de mar, ajudado pelos marinheiros do bote. O Capitão Nemo e meus dois companheiros vestiram-se também.
Nenhum dos tripulantes do “Nautilus” iria conosco.
Pouco depois estávamos metidos até o pescoço no vestuário de borracha e com os aparelhos de ar presos às costas por meio de suspensórios. Quanto aos aparelhos “Ruhmkorff” não os vi. Antes de meter a cabeça dentro do capacete de cobre, perguntei por eles ao capitão.
- Não vamos precisar deles, Sr. Aronnax - informou-me. - Não desceremos a grandes profundidades e os raios solares serão suficientes para nos iluminar o caminho.