Em 1838, o francês Dumond d’Urville, detido pelo banco de gelo a 62º 57' de latitude, descobria a terra de Luís Felipe; dois anos depois, em outra viagem ao sul, a 21 de janeiro atingia a 66º 30' a terra de Adélia e, oito dias depois, a 64° 40' a Costa Clarie. Em 1838, o inglês Wiles progredia até o sexagésimo nono paralelo, no centésimo meridiano. Em 1839, o inglês Balleny descobria a terra Sabrina, no limite do círculo polar.
Finalmente, em 1842, a 12 de janeiro, o inglês James Ross, comandando o “Erebus” e o “Terror”, encontrava a 76° 56' de latitude e 17° 7' de longitude leste, a terra Vitória; a 23 do mesmo mês, chegava ao septuagésimo quarto paralelo, o ponto mais avançado até então atingido; a 27 estava a 76° 8'; a 28 a 77° 32'; a 2 de fevereiro, a 78° 4' e, em 1842 regressava ao septuagésimo primeiro grau, que não conseguiu ultrapassar. Pois bem! Eu, Capitão Nemo, a 21 de março de 1868, cheguei ao Pólo Sul, aos noventa graus, e tomo posse desta zona do globo terrestre, equivalente à sexta parte dos continentes conhecidos.
- Em nome de quem, capitão?
- Em meu nome, senhor professor!
Dito isto, o Capitão Nemo desfraldou uma bandeira negra com um N gravado no tecido. Depois, virando-se para o sol, cujos últimos raios brilhavam no horizonte, falou:
- Adeus, sol! Desaparece, astro radioso! Esconda-se nesse mar livre e deixe uma noite de seis meses estender as suas sombras sobre o meu novo domínio!