- Que interessam umas horas a mais ou a menos, desde que se saia - falei, um tanto rispidamente.
- Sim, desde que se saia - repetiu ele.
Passaram-se algumas horas. Eu observava constantemente os instrumentos suspensos na parede do salão. O manômetro indicava que o “Nautilus” se mantinha a uma profundidade constante de trezentos metros e a bússola marcava para o sul. Sua velocidade era de vinte milhas horárias, realmente excessiva num espaço tão apertado. Mas o capitão sabia que tinha de andar depressa e que na nossa situação os minutos valiam séculos.
As oito horas ocorreu um segundo choque, dessa vez na ré. Empalideci. Os meus companheiros tinham-se aproximado e eu peguei na mão de Conselho. O silêncio exprimia melhor a nossa angústia.
O capitão apareceu naquele momento e eu me dirigi a ele:
- O caminho está obstruído para o sul?
- Sim, professor. Ao virar-se, o iceberg vedou-nos todas as saídas.
- Estamos bloqueados?
- Sim.