O autor de uma obra importante, sobre os “Mistérios dos Grandes Fundos Submarinos”, não poderia deixar de embarcar com o Capitão Farragut. Missão gloriosa, mas perigosa também. Não sabemos para onde vamos. Esses animais são seres caprichosos. Mas, ainda assim, vamos. Temos um comandante que não tem medo de nada.
- O que o senhor fizer eu também farei - disse ele.
Um quarto de hora depois as nossas malas estavam prontas. Em poucos minutos chegávamos ao cais. As chaminés da “Abraham Lincoln” soltavam na atmosfera torrentes de fumaça negra. Subimos a bordo e um dos marinheiros conduziu-nos ao tombadilho. Conselho caminhou para a amurada e eu fui levado à presença de um oficial de aspecto agradável, que me estendeu a mão:
- Sr. Pierre Aronnax? - perguntou-me.
- O próprio - respondi. - O Comandante Farragut?
- Em pessoa. Seja bem-vindo, Sr. Professor.
Após os cumprimentos de praxe deixei o capitão entregue ao seu trabalho e me encaminhei para a cabina que me estava reservada. A arrumação interior da fragata correspondia às suas qualidades náuticas.
Fiquei muito satisfeito com o meu alojamento, situado à ré e comunicando-se com a sala dos oficiais. Deixei Conselho a arrumar convenientemente as nossas coisas e subi à coberta a fim de assistir aos preparativos da partida.
As oito horas da noite, navegávamos a todo vapor nas sombrias águas do Atlântico.