Leu a Segunda, em que D. Beatriz participava estar disposta a obrigar Ângela, pela necessidade, a vestir a touca de criada, para que todos soubessem que os parentes, se o eram, (sublinhava ela), a tinham abandonado como infame.
- É impossível que meu pai me receba... - disse entre si amargurada.
Ia retirar-se, quando reparou num cofre de prata que assentava sobre um bufete. Reconheceu-o, porque tinha sido de D. Beatriz. Abriu-o. estavam dentro as jóias que seu pai lhe tinha dado, e sobre elas um cartão com o nome impresso do general, e por baixo, escrito do pulso dele, o seguinte: Estas peças em número de dez pertencem a Ângela, filha de D. Maria d’Antas, já defunta. Se eu morrer em Paris, entreguem-lhas os meus testamenteiros. Procurem-na no mosteiro de S. Bento em Viana, ou onde ela parar. Não tem mais que herdar da casa onde viveu sua mãe.
Fechou Ângela o cofre e voltou profundamente descoroçoada à sala.
Entravam os dois criados com a bandeja do chá. A filha de Maria d’Antas tomou um chávena, e disse:
- Aceito a esmola, Sr.