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Capítulo 20: XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA

Página 217
Bastava que de mim os reclamassem, para os obterem. – O senhor senador não mandou queimar papéis no seu parque? - perguntou bruscamente o Senhor de Granville.

O senador olhou pata Grévin. Depois de trocar um rápido olhar com o notário - olhar esse que não escapou a Bordin - respondeu que não queimara papéis alguns. Tendo-lhe pedido o acusador público informações sobre a emboscada de que ele por pouco não fora vítima no parque, e se porventura se não teria equivocado sobre a posição da espingarda o senador disse que Michu se encontrava de atalaia em cima de uma árvore. Esta resposta, de acordo com o testemunho de Grévin, produziu grande impressão. Os gentis-homens permaneceram impassíveis durante o depoimento do seu inimigo, que os esmagava com a sua generosidade. Laurence estava na maior das agonias; e a cada instante o marquês de Chargeboeuf a retinha por um braço. O conde de Gondreville retirou-se cortejando os quatro gentis-homens, que não lhe retribuíram a saudação. Esta pequena coisa indignou os jurados.

- Estão perdidos! -segredou Bordin ao ouvido do marquês.

- Ai de nós! E a culpa é sempre a mesma: o orgulho dos seus sentimentos - respondeu-lhe o Senhor de Chargeboeuf.

- A nossa missão tornou-se agora facílima, meus senhores-e- disse o acusador público, levantando-se e olhando para os jurados.

Explicou o emprego feito pelos dois sacos de gesso na fixação da argola de ferro indispensável para firmar o cadeado que segurava a tranca que fechava a porta do subterrâneo, e cuja descrição se encontrava no auto lavrado essa manhã por Pigoult. Com toda a facilidade demonstrou que só os acusados sabiam da existência do esconderijo. Pôs em evidência as mentiras da defesa, pulverizou todos os argumentos graças às novas provas -tão miraculosamente aparecidas.

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pág. 217 (Capítulo 20)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 217

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236