Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 27: Capítulo 27 Pág. 126 / 258

Que infelicidade que este segredo deva morrer com o seu inventor!

O Capitão Nemo não me respondeu

Percebi que minha observação não tinha sido feliz, mas o nosso diálogo me interessava. Para retomá-lo, fiz-lhe uma pergunta que sabia ser do seu agrado.

- Pode-me informar sobre a origem do nome deste mar, capitão?

- Existem numerosas explicações sobre o assunto. Quer saber a opinião de um cronista do século XIV?

- Com todo o gosto.

- Esse fantasista pretende que o nome lhe foi dado depois da passagem dos israelitas, quando o faraó e o seu povo teriam perecido nas águas que se fecharam a uma ordem de Moisés: “Devido a este milagre tornou-se o mar vermelho e não sabendo como nomeá-lo, Mar Vermelho lhe chamaram.”

- Explicação de poeta, Capitão Nemo, com a qual não me contento. Gostaria de saber a sua opinião pessoal.

- Pois, Sr. Aronnax, na minha opinião deve-se ver neste nome uma tradução da palavra hebraica “edrom”. Se os antigos lhe deram esse nome foi por causa da cor característica de suas águas.

- Mas até agora só vi águas límpidas, sem qualquer coloração especial.

Observei isso, premeditadamente.

- Sem dúvida. Mas avançando para o extremo do golfo o senhor irá notar essa aparência peculiar. Lembro-me de ter visto a Baía de Tor completamente vermelha, igual a um lago de sangue.

- E o senhor atribui essa cor à presença de alguma alga?

- Sim. Trata-se de uma matéria mucilaginosa purpúrea produzida por plântulas conhecidas pelo nome de “trichodesmies”.





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