Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 39: Capítulo 39 Pág. 202 / 258

- Meus amigos - falei com meus dois companheiros - a situação é grave, mas conto com a coragem e a energia de vocês.

- Não será num momento como esse que irei aborrecê-lo com as minhas recriminações, professor - disse o canadiano. - Estou pronto a fazer tudo o que for necessário para a salvação de todos.

Fiquei comovido e apertei a mão dele. Ofereceu-se para trabalhar com os homens do capitão ajudando a furar a parede de gelo. Sua oferta foi aceite e ele me pareceu bastante satisfeito com isso. Eu e Conselho voltamos para o salão, cujos painéis já estavam abertos.

Examinei as camadas ambientes que suportavam o submarino. Passados alguns instantes, vimos doze homens da tripulação pisar o banco de gelo, entre os quais se contava Ned Land, reconhecível pela sua eleva da estatura. O Capitão Nemo estava junto com eles.

Antes de começar a escavar as muralhas, ele fez as sondagens para assegurar a - boa direção dos trabalhos. Depois de várias experiências com as compridas sondas, ele se decidiu pela superfície inferior que nos separava da água apenas dez metros, pela sua verificação. O trabalho começou imediatamente, conduzido com infatigável obstinação.

Após duas horas de enérgico trabalho, Ned Land e seus companheiros foram substituídos por outra turma, da qual eu e Conselho fazíamos parte. Quando após duas horas de trabalho voltei a bordo para comer e descansar, achei uma grande diferença entre o ar puro que me fornecia o aparelho Rouquayrol e a atmosfera do “Nautilus” já carregada de gás carbônico. Pelo rendimento de nosso trabalho conjunto durante quatro horas, eu fiz um cálculo de que levaríamos mais cinco noites e quatro dias para levarmos a bom termo a nossa tarefa.





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