Não posso negar que essas palavras do comandante produziram em mim um grande efeito. Estava dominado pelo meu ponto fraco e esquecia, por um instante, que a contemplação daquelas coisas sublimes não valia a perda da liberdade. Aliás, eu contava com o futuro para resolver essa importante questão, por isso contentei-me em responder:
- Sr. comandante, se o senhor rompeu com a humanidade, não posso crer que tenha renegado todos os sentimentos humanos. Somos náufragos caridosamente recolhidos e não o esqueceremos. Quanto a mim, não nego que o interesse da ciência poderia-me absorver até ao desprezo pela liberdade, pois o que me promete seria mais do que compensador.
Pensei que o comandante iria-me estender a sua mão para celebrar o nosso tratado, mas ele não o fez, o que eu lamentei.
- Uma última pergunta - falei, no momento em que aquele enigmático homem parecia querer retirar-se.
- Fale, professor.
- Por qual nome devemos tratá-lo?
- Para os senhores sou o Capitão Nemo. Os senhores são considerados passageiros do “Nautilus”. E agora, Sr. Aronnax, o nosso almoço está pronto. Apenas o senhor queira seguir-me.