Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 20: Capítulo 20 Pág. 82 / 258

Ela estava realmente embriagada com o suco capitoso da fruta e completamente incapaz de voar. Pertencia à mais bela das oito espécies encontradas na Papuásia e nas ilhas vizinhas. Tratava-se de uma ave-do-paraíso “grande esmeralda”, uma das mais raras. Eu desejava ardentemente levar o soberbo espécime para o oferecer ao Jardim Botânico, que não possuía nenhum exemplar vivo dessas aves.

No entanto, se o meu desejo estava satisfeito com a captura da ave, o do canadiano continuava desatendido. Felizmente, por volta das duas horas, Ned Land conseguiu abater um belo porco selvagem, ao qual os naturais da região chamam de bari-utang. O animal veio mesmo a calhar para nos fornecer verdadeira carne de quadrúpede. O arpoador não cabia em si de vaidoso, já que o porco caíra fulminado com o primeiro disparo que ele fizera. Teríamos costeletas na refeição da noite.

Estávamos muito satisfeitos com os resultados de nossa caçada. O alegre canadiano propunha-se a regressar no dia seguinte àquela ilha encantada que ele pretendia despovoar de todos os quadrúpedes comestíveis. Mas não contava com o que estava para acontecer.





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