Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 7: CAPÍTULO VI

Página 31
O paletó estava caído ao pé da cama.

Procuraram-se todos os bolsos dos vestidos do morto: não se encontrou carteira, nem bilhetes, nem papel algum. Na algibeira do colete estava o relógio, de ouro encobrado, sem firma, e uma pequena bolsa de malha de ouro, com dinheiro miúdo. Não se lhe encontrou lenço. Não se pôde averiguar em que tivesse sido trazido de fora o ópio; não apareceu frasco, garrafa, nem papel ou caixa em que tivesse estado, em líquido ou em pó; e foi a primeira dificuldade que no meu espírito se apresentou contra o suicídio.

Perguntei se não havia na casa outros quartos que comunicassem com aquele aposento e que devêssemos visitar.

- Há, disse o mascarado, mas este prédio tem duas entradas e duas escadas. Ora aquela porta, que comunica com os restantes quartos, encontrámo-la fechada pelo outro lado quando chegámos aqui. Logo este homem não saiu desta sala depois que subiu da rua e antes de morrer ou de ser morto.

Como tinha então trazido o ópio? Ainda quando o tivesse já no quarto, o frasco, ou qualquer invólucro que contivesse o narcótico devia aparecer. Não era natural que tivesse sido aniquilado. O copo em que ficara o resto da água opiada, ali estava. Um indício mais grave parecia destruir a hipótese do suicídio: não se encontrou a gravata do morto. Não era natural que ele a tivesse tirado, que a tivesse destruído ou lançado fora. Não era também racional que tendo vindo àquele quarto, esmeradamente vestido como para uma visita cerimoniosa, não trouxesse gravata. Alguém pois tinha estado naquela casa, ou pouco antes da morte ou ao tempo dela. Era essa pessoa que tinha para qualquer fim tomado a gravata do morto.

Ora a presença de alguém naquele quarto, coincidindo com a estada do suposto suicidado ali, tirava a possibilidade ao suicídio e dava presunções ao crime.

<< Página Anterior

pág. 31 (Capítulo 7)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 31

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240